terça-feira, 25 de maio de 2010

Aliança de Civilizações




A Aliança de Civilizações é uma iniciativa, no âmbito das Nações Unidas, que busca mobilizar a opinião pública em todo o mundo para superar preconceitos e percepções equivocadas que, muitas vezes, levam a conflitos entre Estados e comunidades heterogêneas. Objetiva, ademais, contribuir para o estreitamento das relações entre sociedades e comunidades de extração cultural e religiosa diversas, assim como enquadrar a luta contra o extremismo na perspectiva da prevenção. A iniciativa atua em quatro áreas prioritárias: educação, juventude, meios de comunicação e migrações.

O III Fórum Mundial da Aliança de Civilizações ococrrerá na cidade do Rio de Janeiro, mais precisamente no Museu de Arte Moderna - MAM entre os dias 27 e 29 de maio de 2010, e contará com a presença de 12 Chefes de Estado/Governo, além de mais de cem delegações estrangeiras que participarão das discussões relacionadas à tematica da Aliança.

Como consta de explicação fornecida pelo Itamaraty, a Aliança de Civilizações foi proposta pelo Presidente do Governo da Espanha José Luis Rodríguez Zapatero no debate geral da 59ª Assembléia Geral das Nações Unidas, logo após os atentados terroristas ocorridos em 2004 no metrô de Madri. Foi co-patrocinada, desde o início, pelo Primeiro-Ministro da Turquia Recep Tayyip Erdogan.

Em 14 de julho de 2005, o Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, formalizou seu lançamento estabelecendo a criação de um Grupo de Alto Nível composto por 20 personalidades, entre elas o brasileiro Cândido Mendes. Com o objetivo de examinar a melhor forma de se concretizar essa “aliança”, o Grupo reuniu-se de novembro de 2005 a novembro de 2006, quando então apresentou suas conclusões consolidadas em um relatório. Dele decorrem essencialmente quase todas as atividades em curso.

Em abril de 2007, o novo Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon,designou o ex-presidente de Portugal, Jorge Sampaio, seu Alto Representante para a Aliança de Civilizações. Foi estabelecido, ainda, o “Grupo de Amigos da Aliança de Civilizações”, atualmente formado por mais de cem países e entidades internacionais. Atendendo a convite da Espanha, em novembro de 2006, o Brasil integrou-se a esse Grupo.

No primeiro Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, realizado em Madri, em janeiro de 2008, foi aprovado o relatório do Grupo de Alto Nível. Foi recomendado aos Estados que elaborassem Planos de Ação nacionais com atividades planejadas e experiências consolidadas nas áreas prioritárias da Aliança. O segundo Fórum mundial teve lugar em Istambul, em abril de 2009.

Desde semana passada, me mudei para o Itamaraty para contribuir na organização do evento. E por isso mesmo, recomendo fortemente, a quem puder, que compareçam e aproveitem os debates.

Para maiores informações, acesse o site do evento.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Irã e a Questão Nuclear

Em visita oficial ao Irã essa semana, o Presidente Lula, o Primeiro-Ministro turco, e o Presidente iraniano chegaram a um acordo e assinaram um documento no qual o governo irariano aceita trocar aproximadamente 1200 kg de urânio levemente enriquecido (3,5% usado em reatores nucleares), depositando-o em território turco, recebendo em troca, aproximadamente um ano depois,  aproximadamente 120 kg de urânio enriquecido a um nível de 20%, que seria usado em reatores de pesquisa nuclear que produzem isótopos que podem ser usado na medicina.

Esse acordo foi alcançado na madrugada de segunda-feira, após horas e horas de negociações que se iniciaram no sábado, com a chegada do Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a Teerã. Entretanto, esse acordo não foi muito bem recebido pela comunidade internacional, principalmente os países com poder de evto do Conselho de Segurança (CS) da ONU - EUA, Reino Unido, França, Rússia e China, mais a Alemanha (países 5+1), tendo em vista que este acordo é quase igual a um outro acordo já aceito pelo Irã em outubro de 2009, com a França, Rússia e a Agência Internacional de Energia Atômica - AIEA,  e que contou com apoio dos EUA, pelo qual este país se comprometia a enviar os mesmos 1200 kg de urânio para a Rússia, que providenciaria seu enriquecimento na França, o qual o Irã depois não cumpriu, exigindo que a troca ocorresse em seu trritório ao invés do território russo, além de que esta troca ocorresse de maneira imediata.

Para os países 5+1, se o Irã não cumpriu o acordo anterior, por que este acordo, que basicamente versa sobre as mesmas condições, seria aceito? Além disso, 1.200 kg, que em outubro, era basicamente a quase totalidade de urânio enriquecido que o Irã possuía, hoje representa aproximadamente a metade, e além disso, logo após os contra-partes do acordo, o presidente Lula e o PM turco, deixrem o território iraniano, seu presidente veio a público afirmar que continuaria enriquecendo urânio! Sendo assim, pra que acordo?

Não foi surpresa os países 5+1 informarem nesta terça-feira que chegaram a um consenso sobre o texto de uma possível resolução do CS impondo novas sanções econômicas ao Irã. A questão agora seria o tempo certo para adotá-la, já que a AIEA ainda não recebeu oficialmente o acordo de domingo, e se esta quarta rodade de sanções seriam eficaz, tendo em vista que as três anteriores não foram suficientes para que o Irã suspendesse seu programa nuclear.

A situação continua complicada já que tanto Brasil quanto Turquia são membros do CS e acham que novas sanções não devem ser impostas. Além disso, o Líbano e o Gabão se filiam à tese da negociação, colocando em possível risco as sanções, na medida que para serem adotadas, deve ocorrer aprovação de 9 dentre 15 de seus membros.

Na reunião UE-AL que ocorre em Madrid, o presidente Lula teve oportunidade conversar com o Presidente Francês, Nicolas Sarkozy sobre o tema. Os fatos ainda estão recentes e pouca certeza há sobre os próximos movimentos. Seguimos esperando as cenas dos próximos capítulos..

sábado, 15 de maio de 2010

Férias?

Não, não estive de férias.. Muito pelo contrário..estive trabalhando e muito, o que acabou por me deixar sem tempo para atualizar este blog, e pena que este período bombou nas questões internacionais.. O assunto Irã está bombando até agora,e esse fim de semana tem tudo ser ainda mais relevante com a visita do presidente Lula à Teerã, considerada pela mídia internacional, como a última tentativa de se chegar a um acordo antes de mais uma nova rodada de sanções.

No meio de abril, tivemos a II Cúpula BRIC paralela a Cúpula IBAS em Brasília, e o I Fórum de Negócios BRIC-IBAS realizado aqui no Rio de Janeiro, no Copacabana Palace, do qual participei e que possíveis projetos de ccoperação possam surgir daí.. veremos.

 Antes disso, tivemos a Conferência sobre Energia Nuclear de Washington, o Presidente Lula acaba de fazer uma visita à Rússia e ao Catar (isso mesmo, com C. Não exite Q sem U na língua portuguesa! Morte ao Qatar!), e pela primeira vez em anos, o Reino Unido é controlado por um governo de coalizão. Aliás, no transition no sistema político britânico. Consolidada a coalizão, o PM entrega sua renúncia à rainha, e menos de duas horas depois, a mesma rainha convida o novo governo a se instalar! 

Nesse meio tempo, ainda tive que preparar duas palestras, uma para o Primeiro Ciclo de Carreiras em RI, na UCAM sobre as Relações Internacionais no Estado do RJ e outra no I Fórum Regional de RI da UFF sobre paradiplomacia, um assunto, aliás, que pretendo me aprofundar.

Voltarei à ativa! :)